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1ª Cirurgia de coluna com técnicas inovadoras do Nordeste será em Recife

02/02/2011

Vice-presidente do Comitê de Cirurgia Minimamente Invasiva fará as duas primeiras cirurgias, sendo uma delas assistida por dezenas de cirurgiões da Região

Uma cirurgia da coluna pode ser muito mais simples que parece. Ao contrário dos procedimentos abertos (convencionais) que necessitam de cuidados especiais, transfusão de sangue, dias de internação e demora na recuperação, a técnica minimamente invasiva reverte essa situação com diversos benefícios, muito mais segurança e conforto aos pacientes. Nos próximos dias 3 e 4, o ortopedista especialista em coluna Cristiano Menezes estará em Recife para realizar as duas primeiras cirurgias de Artrodese minimamente invasivas da Região Nordeste. Em caráter inédito, uma cirurgia será feita através do SUS (dia 4) e, a outra, com cobertura de um convênio nacional de saúde (dia 3). A cirurgia autorizada pelo SUS será transmitida ao vivo para dezenas de cirurgiões da Região durante o “I Simpósio de Coluna do Hospital Getúlio Vargas”. Neste mesmo evento, o médico ainda ministrará as palestras “Princípios de Cirurgia Minimamente Invasivas da Coluna” e “Avanços de Cirurgia Minimamente Invasivas da Coluna”.

Considerado uma referência nacional na especialidade coluna, Menezes foi um dos primeiros no país a utilizar a técnica minimamente invasiva com aparelhos endoscópicos em cirurgias de média e grande complexidade. Vice-presidente do Comitê de Cirurgia Minimamente Invasiva da Sociedade Brasileira da Coluna (CCMI/SBC) e presidente do próximo Congresso Brasileiro de Cirurgia Minimamente Invasiva da Coluna em 2012, o especialista também tem sido convidado para conferências e eventos em que possa dividir suas experiências nos EUA, México e Canadá.

O representante de vendas Curt André, 39 anos, será o primeiro a ser operado. Devido a um acidente de moto em 2006 a trabalho, teve uma compressão no disco invertebral que provocou uma hérnia de disco. Desde então, teve o cotidiano completamente modificado e está afastado devido ao problema na coluna. “De vez em quando, a dor dá uma “trégua” e retorno ao trabalho, mas com o esforço frequente, as dores voltam e continuo em casa”, conta. “Tenho dois filhos de 12 e 6 anos com os quais já não posso mais jogar bola. Não consigo nem carregar peso e nem fazer esforço repetitivo. Às vezes nem caminhar é possível”, lamenta.

Curt André afirma que as dores são terríveis nas épocas de crise. “A sensação é de uma faca enfiada nas minhas costas. É difícil até mensurar o tamanho da dor. A única coisa que melhora um pouco é o repouso absoluto e analgésicos”, explica. Ele tentou de tudo para acabar com a dor: fisioterapia, hidroterapia, massagens e muita medicação. Descartou a cirurgia convencional. “Sempre ouvi que o procedimento aberto é muito penoso, agressivo, com cortes grandes e ainda mais dores na recuperação”, explica. Depois de muito estudar a patologia, descobriu a cirurgia minimamente invasiva, mas se deparou com dois problemas: não era liberada pelo plano de saúde e nem tinha especialista no Nordeste com experiência para o procedimento.

Após uma batalha para garantir seus direitos, conseguiu que o plano autorizasse a cirurgia. Ainda assim, lembra que também contou com a sorte, já que um dos maiores cirurgiões da técnica participaria do simpósio para repassar exatamente suas experiências com o procedimento inovador. “Estou muito feliz. A expectativa é grande. Os médicos informaram que tenho grandes chances de ficar bom. Quero voltar a ter uma vida saudável e normal. Acredito que minha cirurgia seja uma vitória para quem precisa de um tratamento complexo e não tem retorno positivo do SUS ou do plano de saúde. As pessoas precisam lutar por seus direitos”, recomenda.

O ortopedista Cristiano Menezes explica que a Cirurgia Minimamente Invasiva envolve técnicas necessárias para cada caso com uma pequena incisão na pele e, usualmente, auxiliadas por uso de microscópios e/ou endoscópios. “Diversas são as vantagens como menor tempo cirúrgico e de internação (em geral o paciente fica 48 horas internado contra os seis dias no caso da cirurgia aberta), não requer transfusão de sangue e nem CTI no pós-operatório, menor uso de analgésico e retorno rápido ao trabalho”.

A nova técnica já tem sido realizada por Menezes desde 2005 em Belo Horizonte, indicada para várias patologias como hérnias de disco, estenose do canal lombar, fraturas osteoporóticas e desvios de coluna, a depender do caso. No entanto, segundo o especialista, nem todo paciente necessita de cirurgia. Ele precisa ser avaliado por um médico. “Para aqueles casos que são cirúrgicos, a cirurgia minimamente invasiva é uma solução menos agressiva e mais eficaz, já que o procedimento tradicional causava problemas, inclusive aos músculos que sustentavam as vértebras da coluna”. O especialista ainda esclarece que toda cirurgia envolve riscos e expectativas que devem ser discutidas com o médico de confiança do paciente.

Publicado em:

http://www.jornow.com.br/jornow/noticia.php?idempresa=1175&num_release=36067

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