Cirurgia Minimamente Invasiva

CMI

A cirurgia da coluna vem sofrendo recentes avanços no sentido de minimizar o trauma cirúrgico e levar a uma recuperação mais rápida dos pacientes.

Na essência, a cirurgia minimamente invasiva é aquela realizada considerando-se as técnicas necessárias para cada caso, porém sendo realizadas através de uma pequena incisão na pele, e usualmente auxiliadas pelo uso de microscópios e/ou endoscópios (câmeras de vídeo com ampliação das imagens).

As técnicas minimamente invasivas têm se demonstrado úteis para diminuir o trauma cirúrgico, preservar a função das estruturas anatômicas (como os músculos e ligamentos), oferecendo uma recuperação pós operatória mais rápida e menos dolorosa.

Tradicionalmente os acessos cirúrgicos à coluna necessitam de um longo período de recuperação pós operatória. Para a realização das cirurgias na coluna lombar, usualmente os músculos das costas (pára-vertebrais) são afastados lateralmente, para longe da sua inserção natural na coluna, para que o cirurgião tenha acesso ao local a ser operado. Isso condiciona uma “lesão” desnecessária de estruturas importantes que não estão envolvidas com a causa da dor do paciente, e que até mesmo podem ser fonte de dor no pós operatório.

Além da dor experimentada pelos pacientes devido à dissecção dos músculos e o tempo necessário para a sua cicatrização, esta cicatrização normalmente não ocorre de maneira totalmente satisfatória, porque os músculos perdem parte da sua função, sofrendo um processo conhecido como degeneração gordurosa (figura).

Portanto são várias as vantagens quando falamos em cirurgia minimamente invasiva, dentre elas:

  • Diminuição das complicações cirúrgicas
  • Redução do sangramento e da necessidade de transfusões sanguíneas
  • Diminuição da quantidade de analgésicos necessários no pós operatório
  • Diminuição do tempo de internação hospitalar
  • Retorno mais precoce às atividades da vida diária e com uma melhor função

A tendência da cirurgia da coluna está na direção dos procedimentos minimamente invasivos, como ocorreu em várias outras especialidades médicas. Como exemplo temos o desenvolvimento da laparoscopia na cirurgia geral e da artroscopia na ortopedia. A colecistectomia laparoscópica suplantou o uso da colecistectomia tradicional aberta para o tratamento das doenças da vesícula biliar. Já na ortopedia, até há cerca de 20 anos atrás, uma lesão dos meniscos do joelho necessitava de uma cirurgia agressiva com abertura da articulação. Vários meses eram necessários para a recuperação do paciente, e vários atletas – principalmente do futebol – encerraram as suas carreiras após uma dessas cirurgias. Hoje, com o advento da artroscopia, dois pequenos furos são necessários para o acesso e correção da lesão, sendo que os atletas estão aptos a retomar as suas atividades esportivas em 1 mês.

Avanços semelhantes ocorreram na cirurgia da coluna. Equipamentos de alta tecnologia permitem ao cirurgião a visualização de pequenas e delicadas estruturas através de um tubo, com a magnificação e iluminação necessárias. Essas imagens também são captadas através de monitores como os de TV.

Hoje várias cirurgias podem ser realizadas através de uma abordagem minimamente invasiva. Aqui é importante uma ressalva. Estamos falando sobre procedimentos cirúrgicos comprovadamente eficazes realizados há anos de maneira “aberta” por toda a comunidade científica que trata das patologias vertebrais, porém utilizando métodos menos invasivos. Osprocedimentos percutâneos são procedimentos realizados através de agulhas e são uma outra modalidade de tratamento. Confira, nos tópicos ao lado, os tipos de Cirurgia Minimamente Invasivas.

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